A aproximadamente 3000 A.C., quando os reinos do norte e sul
do Egito guerreavam no reinado de Menes para construir a primeira dinastia do
Egito, o reconhecimento da existência de um Hound esguio do tipo do Afghan foi
registrado em papiros e hieróglifos nas paredes das pirâmides do Vale do Egito.
Os arqueólogos estimam a existência desta raça ao longo de
7000 anos com origem ao redor da montanha de Moisés na Península do Sinai. No
Afeganistão, país que originou o nome da raça e onde ele é considerado o
"Cão Nacional", é conhecido como "Cara de Macaco" ou
"Cão Babuíno" e os nativos acreditavam que o Afghan Hound foi a raça
escolhida para representar os cães na Arca de Noé quando houve o dilúvio.
No Afeganistão o cão por excelência é um caçador, possuem
excepcional visão e podem avistar a presa longínqua antes de usarem sua
velocidade de aproximadamente 25 milhas por hora, para persegui-la e caça-la.
Geralmente os Afghan caçam em pares, a fêmea corre em
círculos ao redor da presa distraindo-a para que o macho, no momento oportuno,
pule ao pescoço da presa atingindo-a mortalmente. A grande velocidade e vigor
fazem do Afghan Hound um incomparável caçador de gazelas, leopardos, lobos,
hienas e coelhos selvagens. Durante a Primeira Guerra Mundial foi levado
para a Inglaterra por oficiais britânicos, responsáveis pela difusão da raça
Afghan Hound na Índia, Pérsia e Arábia, desde então se espalhou pelo mundo.
Apesar de confirmada a origem egípcia, há duvidas se o Afeganistão fez grandes
contribuições para o desenvolvimento da raça.
O Afghan Hound
Este belíssimo animal é um galgo caçador que vive nas
intrépidas terras do Afeganistão, que guarda os fortes de pedras violáceas de
seus donos e cuida dos rebanhos nas imensas planícies desérticas ou nas altas
montanhas. De porte extraordinário, toda a sua figura exibe nobreza, dignidade
e orgulho emoldurado por um passado exótico e milenar.
Correndo livremente a todo galope, galgando o espaço com sua
pelagem ondulando ao vento, mais parece uma estrela de maravilhoso movimento
etéreo, alcançando velocidades extraordinárias que nenhum outro animal mais
veloz poderá vence-lo. Parece um rei orgulhoso em sua belíssima vestimenta de
pelagem sedosa e fina.
Uma caprichosa mecha de cabelos caindo em seus olhos escuros
que contemplam o horizonte, em busca de um passado livre, quando sem coleira ou
guias, podia sentir-se soberano em seu território, correndo na captura de sua
presa que temerosa buscava abrigo.
O Afghan Hound com sua expressão oriental, parece
indiferente a tudo isso e caminha majestoso. Tão próximo para os que ama e tão
distante para os demais.
Perdido em suas lembranças da terra dura e ríspida que viu
nascer seus antepassados!, os ferozes galgos do Afeganistão, o esbelto caçador
do deserto, o poderoso animal das montanhas, vive hoje em belas mansões e
luxuosos hotéis.
Parece um bom cão, um amável e sociável cão de companhia, e
na verdade o é, quando deitado no comodo sofá da sala aparenta dormir. Mas seu
olhar o trai... Que ancestrais nostalgias!, que recordações voltam do seu
passado até o seu luxuoso presente, quando abre os olhos por um instante e seu
olhar torna-se fixo, tenso, infinito..." Homem não posso, cão não
quero".
Neste não querer e no seu não poder, reside sua grandiosa
personalidade que o faz tão diferente de todos os seus irmãos de raça,"
Sou um Afghan Hound " Essa sua manifestação de ser um Afghan Hound
confere-lhe sua dignidade, sua imponência, tão patente, tão clara em muitos
momentos.